Desde há várias semanas que, diariamente, os utentes esperam horas e os profissionais desesperam, com a lentidão e os bloqueios sistemáticos dos Sistemas de Informação (SI) utilizados nas unidades de saúde.
Entretanto, não existe por parte da administração de saúde qualquer informação aos profissionais sobre os erros dos quais tem conhecimento desde o início, muito menos uma explicação clara para o que está a acontecer e muito menos ainda prevê uma solução.
O que é conhecido é que os múltiplos servidores existentes nos centros de saúde, e por vezes mais do que um, estão a ser substituídos por uma nova arquitetura da rede, concentrada num único “centro de dados” regional.
A situação, embora variável, é generalizada: o levantamento realizado pela USF-AN junto das USF demonstra que a situação piorou imenso nas últimas semanas, não há acesso às várias aplicações ou é exasperadamente lento, impedindo muitas vezes a consulta aos dados do histórico dos utentes.
Um Sistema de Informação caduco e desatualizado!
A USF-AN enviou recentemente ao Tribunal de Contas um relatório bem fundamentado sobre um SI desatualizado, tecnológica e funcionalmente, fragmentado e com uma conceção burocrática e centralizadora.
Assistimos a uma comprometedora diminuição da velocidade de acesso às várias aplicações e, mais grave, com preocupantes sinais de prováveis erros no registo de dados clínicos e de prescrição.
A segurança dos utentes pode estar em causa e isto vem alertar mais uma vez para a urgência de atualização tecnológica e funcional das aplicações dos CSP.
Um velho e profundo problema sem solução?
A necessidade de um SI eficaz ao serviço dos utentes e amigo dos profissionais de saúde está há muito identificada.
As bases de dados das aplicações em uso nas unidades de saúde são arcaicas e cada vez menos compatíveis com a evolução tecnológica. A migração destas para uma única base de dados tornou visíveis os múltiplos problemas que, um pouco por toda a parte já iam existindo mas que pela menor dimensão das bases de dados locais iam passando despercebidas.
A USF-AN responsabiliza diretamentre os vários serviços e departamentos do Ministério da Saúde pela situação que está a perturbar gravemente a prestação de cuidados de saúde e quase a paralisar muitas unidades e considera indispensável e urgente o respectivo esclarecimento público.
A USF-AN, disponibilizando-se para contribuir para as soluções, reclama:
– Uma solução imediata para este novo problema que ameaça gravemente o funcionamento das unidades de saúde e não permite manter uma resposta de qualidade aos cidadãos;
– Uma avaliação competente e medidas extraordinárias que permitam desenvolver uma solução informática segura para os cidadãos e eficaz para os profissionais de saúde.
6 de junho de 2013
A Direção da USF-AN