AS USF TÊM MELHOR DESEMPENHO, GANHOS EM SAÚDE E POUPAM MAIS AO ESTADO

No dia 20 de junho, em Lisboa, na Ordem dos Médicos, foram apresentados os dados preliminares do “Estudo dos Custos e Consequências das Unidades de Saúde Familiar (USF) na perspetiva da reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, sobre as UCSP e USF (modelo A e B), seu impacto, resultados e custo –efetividade, tendo este o estudo sido adjudicado pela Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS, I.P.), à Escola Nacional de Saúde Pública a pedido do Senhor Secretário de Estado Adjunto da Saúde.

Este estudo analisou dados produzidos entre 2013 e 2015, em relação ao impacto nas urgências hospitalares, bem como, de 2010 a 2015 de todos os indicadores contratualizados a nível nacional: controlo hipertensão e diabetes, rastreio do cancro (mama, colo do útero, colon), vigilância recém-nascidos, despesas medicamentos/MCDTs, entre outros (12 indicadores no total).

Pela voz do Prof. Julian Perelman, investigador principal, confirmou-se uma vez mais que as USF, principalmente as de modelo B, geram mais ganhos em saúde e reduzem a respetiva despesa pública. Ao mesmo tempo, confirmou-se que existe neste modelo uma maior vigilância dos seus utentes, como outros estudos nos têm já comprovado, como por exemplo o da Entidade Reguladora da Saúde, de 2016.

O estudo aqui em referência demonstra que as USF de modelo B, melhoram gradualmente a sua despesa com medicamentos faturados por paciente do SNS (baseado no PVP), na medida em que ao longo dos anos se verifica uma redução da mesma, bem como na prescrição de exames (MCDT). Em comparação com as UCSP, podemos desde já apurar uma poupança potencial com medicação em cerca de 105M euros e de 16M com MCDT.

Além disso, este estudo veio pela primeira vez provar que o modelo USF reduz as idas ao Serviço de Urgência hospitalar em 6%. Se houvesse um alargamento do modelo USF a toda a população, teríamos menos 360 mil de episódios de urgência em Portugal, o que se traduzia em cerca de 30 milhões de euros de poupança no Orçamento de Estado.

Em resumo, se todos os portugueses estivessem cobertos em modelo USF B, teríamos, no imediato uma eficiência de 151M euros.

A somar a este valor, analisando também a relação entre o seguimento do utente nos CSP e o internamento evitável, chegamos à conclusão de que em cada 3 milhões de pessoas, 540 internamentos por ano poderiam ser evitados.

A criação de USF (modelo B) transformou qualitativamente os CSP em Portugal.

As equipas de saúde familiar ao contratualizarem resultados e ao verem o seu desempenho ser avaliado, conseguintemente geram maiores níveis de eficiência e de qualidade das suas práticas, sempre com o foco na satisfação dos utentes.

Em conclusão, existem várias razões para que existam mais USF modelo B:

  • Maior satisfação, bem-estar e melhor saúde da população;
  • Maior eficiência, acessibilidade e acompanhamento;
  • Maior satisfação dos profissionais.

Perante mais estes resultados, é mandatório que o atual Ministério da Saúde, reveja a sua posição e proponha ao Governo acabar em 2018 com as quotas para as USF de modelo B, criando-se assim condições para se evoluir para a cobertura nacional em USF!

Direção da USF-AN