CONCLUSÕES DAS 1AS JORNADAS DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DE SAÚDE FAMILIAR

Decorreu em Coimbra, na Escola Superior de Enfermagem, por iniciativa da direção da USF-AN as 1as Jornadas de Enfermagem de Saúde Familiar com o objetivo de aprofundar a convergência para a criação do título de especialista em Enfermagem de Saúde Familiar.

Contámos com a forte participação da Ordem dos Enfermeiros (OE), destacando-se a presença da Senhora Bastonária, Enf.ª Ana Rita Cavaco, o Senhor Vice-presidente da OE, Enf.º Luís Barreira, a Senhora Presidente da Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Comunitária da OE, Enf.ª Clarisse Louro e o Senhor Presidente do Conselho Diretivo Regional da Secção Regional do Centro da OE, Enf.º Ricardo Matos. Para além destes destacamos ainda a presença do Senhor Enfermeiro Manuel Oliveira, Membro da Coordenação Nacional para a Reforma do SNS, área dos CSP e da Senhora Presidente da ACSS, IP, Dra. Marta Temido, Coordenadora do Grupo de Trabalho para o Enfermeiro de Família (EF).

Este dia de trabalho tinha como objetivo desenvolver de forma inclusiva, integrada e participada o enquadramento entre a componente teórica e prática enriquecida pela visão crítica da realidade dos vários contextos e ainda promover a oportunidade de todos os enfermeiros participarem ativamente neste processo.

A USF-AN congratula-se com os contributos desta jornada de trabalho, nomeadamente no âmbito das competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Familiar (EESF), a concordância na generalidade, com o modelo de valorização profissional/atribuição de título de EESF, salvaguardando a incerteza, ainda existente da inoperacionalização do modelo e aprovação em Assembleia Geral da OE; expetativa elevada da brevidade desta aprovação e possibilidade de implementação da Especialidade; recetividade na colaboração no desenvolvimento da revisão do quadro de referência atual por todos os peritos na área.  

Este modelo apresentado pela OE, contempla a possibilidade de dois percursos. O percurso académico potencia a investigação clínica, pelos Enfermeiros Especialistas, nomeadamente no âmbito da Enfermagem Saúde Familiar, permitindo alcançar o grau de Mestre. O percurso profissional valida as competências para quem já trabalha em contexto de Enfermagem de Saúde Familiar, valorizando ainda a formação teórica anteriormente adquirida, sendo necessária a aquisição de créditos (ECT) através da formação em contexto formal.

Como conclusões dos grupos de trabalho salientamos a valorização do EF, como gestor do projeto de saúde da família; estimulando o desenvolvimento de uma cultura de referenciação interespecialidades em enfermagem, prevenindo a fragmentação dos cuidados de enfermagem, mantendo o foco na pessoa e nos diferentes contextos ao longo do ciclo vital, considerado a família para além da perspetiva psicossocial, favorecendo a capacitação dos profissionais para melhor avaliação, intervenção e referenciação, se necessário.

Quanto ao percurso formativo/formação salienta-se que atualmente a oferta não responde, ainda integralmente às necessidades para a prática especializada da Enfermagem de Saúde Familiar. Estes conteúdos concetuais consideram-se ainda escassos para dar resposta às carências percecionadas, pelos profissionais da prática clínica, nomeadamente na resposta especializada à carteira básica de serviços, com necessidade de balizar as intervenções dos novos especialistas e o que o define como EF. No entanto, os Modelos Teóricos subjacentes permitem aprofundar a perspetiva da avaliação e intervenção sistémica na família, como unidade de cuidados.

Como desafios reforça-se a necessidade de reorganização do modelo de EF na organização e contexto de equipa de saúde familiar, na vertente colaborativa, com a adequação de horários e de meios, de modo a atender às necessidades assistenciais. Estes aspetos contribuirão para o reconhecimento e valorização do papel de EF.

Será ainda necessário o desenvolvimento de sistemas de informação que permitam uma intervenção centrada na família como sistema, que possibilite a aplicação de instrumentos de avaliação familiar e que sustente a intervenção do EF, garantindo a documentação familiar que permita a avaliação dos ganhos em saúde. Com uma avaliação e intervenção centrada na família e a identificação das necessidades em saúde da família e de cada um dos seus membros, atendendo à sua singularidade, tendo em conta as forças, fraquezas e recursos da família, a promoção da saúde, prevenção e a gestão da doença (esperança média de vida, prevalência de doença crónica, doença mental, envelhecimento, etc.) e a incapacidade da família em reconhecer as suas necessidades presentes ou futuras (percursos de cuidados).

No âmbito do processo formativo dos Enfermeiros Especialistas deve ser considerado o desenvolvimento de competências de colaboração e liderança, a fim de promover a afirmação da sua especificidade e valor.

Destacamos como positivo a expetativa da célere resolução atendendo às circunstâncias atuais, como momento ótimo de transição; a conquista da fidelização dos utentes à equipa de saúde familiar enquanto referência e o facto de ter sido reiterado, pela OE, o compromisso de regulamentar/operacionalizar a EESF, tendo sido apresentado o modelo de valorização profissional e atribuição do título de Enfermeiro Especialista.

A Direção da USF-AN replicará a sessão de Apresentação das Conclusões dos Grupos de Trabalho no Porto (Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros) e em Lisboa (Centro de Saúde de Sete Rios), nos dias 24 e 31 de março respetivamente. A sessão no Porto iniciará pelas 16h e a sessão de Lisboa pelas 15h.

Com o objetivo de antecipadamente perceber a participação esperada para estas sessões, bem como a organização das mesmas, a Direção da USF-AN agradeço que os Senhores(as) Enfermeiros(as) confirmem a sua presença em:

A Direção da USF-AN