CARLA MOURA | SECRETÁRIA CLÍNICA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 6 ANOS
USF CONCHAS
Venho contar-vos a minha história de secretária clínica contratada. Preparem os óculos 3D, as pipocas e a bebida, que isto vai ser um tanto longo… mas necessário!
Era uma vez… uma desempregada que, através dos POC foi parar a uma UCSP de Lisboa, em 2007. Assim estive de 4 Junho a 25 de dezembro. Entretanto abriu um concurso para CTFPTD de um ano e a responsável administrativa sugeriu-me que concorresse. Como era nova nestas andanças (sempre trabalhei no privado) não sabia mexer-me e fiquei em 1º lugar dos não colocados. Entretanto uma das colocadas desistiu da colocação, “sobrou” uma vaga e eu lá entrei. Nessa altura as habilitações literárias exigidas eram o 9ºano e eu, com o 11º, não tive problemas.
Em agosto de 2010 houve novo concurso, desta vez para CTFPTI e eu voltei a concorrer. Havia 20 vagas no ACeS e 40 contratados deste ACES a concorrer. Para além destes, concorreram ainda mais de 100 profissionais. Como não foi criada nenhuma cláusula no concurso que garantisse mais pontos para quem já lá estava, estas pessoas passaram à frente de muitos de nós. No meu caso, para agravar (ou antes, para arruinar) as possibilidades de vez, fui excluída, pois nesse concurso só se podia concorrer com o 12ºano! Podem calcular como me senti! Acho isto uma injustiça: entrámos em condições perfeitamente regulares, durante anos desempenhámos as nossas funções com eficiência e, de repente, apenas porque não temos um certificado de habilitações do 12ºano, simplesmente somos arrumados a um canto, prontos para sermos despejados na próxima passagem do carro do lixo!
Posto isto e, na expectativa da realização de um novo concurso, matriculei-me de imediato no ensino noturno regular, andei um ano letivo inteiro a frequentar aulas que acabavam à meia-noite (depois de passar o dia a trabalhar) e acabei a dita habilitação. De tal maneira que não tive notas abaixo do 17 e candidatei-me à Universidade, tendo entrado em 2. Sucede que, por causa dos horários, tive que anular a matrícula. Fiz, entretanto, 2 recursos, um ao completar o 12º, outro com a matrícula da universidade, mas de nada valeram, pois o que conta é o que tinha aquando do concurso!
Sobre os horários, vou contar-vos outra história: era uma vez uma assistente técnica que trabalhava numa UCSP. Aparentemente pelo seu desempenho e pelo seu perfil, deixou o atendimento e foi apoiar o Coordenador Clínico da UCSP, tendo-lhe sido atribuídas responsabilidades inerentes. Entretanto foi convidada para uma USF e aceitou. Mas na UCSP não queriam liberá-la, diziam que não tinham ninguém adequado para o seu lugar e, perante sucessivas insistências, chegou-se a uma “solução”: a assistente integraria a USF mas, enquanto não houvesse alguém igualmente competente para o lugar, esta ficaria a ocupar as 2 posições, temporariamente, realizando diariamente o seu horário e mais 2 horas extra. Isto só foi possível por a UCSP e a USF estarem dentro do mesmo edifício.
Como acontece com muitas das situações provisórias neste país, isto dura há 2 anos e a secretária-clínica-de-manhã e assistente-técnica-de-tarde, continua a acumular as 2 funções!
Pelo que sei (e acredito), a nossa Direção Executiva está a tentar arranjar uma solução para não ter que mandar os contratados embora. Mas vivo na expectativa, e sempre que sou chamada à presença da Direção o 1º pensamento é “será hoje que me vão dar a má notícia?”.
A minha saída balançará muito a equipa toda e que tudo isto me faz, por vezes, pensar se vale a pena o meu esforço, as horas realizadas e não apontadas, a dedicação,…? A resposta é simples: vale a pena.
Embora as minhas funções na UCSP também sejam muito do meu agrado (e, afinal de contas, eu quero é trabalhar!) estou no projeto USF de corpo e alma e, apesar de tudo, quero acreditar num final feliz. Só que esta postura faz-me despender ainda mais energias e a fonte está a começar a esgotar, porque apesar de estarmos na era das energias renováveis (e a minha garanto-vos que o é), os recursos para a explorar é que começam a ser escassos (refiro-me à minha motivação, à minha resistência física e à minha sanidade mental).
Relativamente à minha família, tenho 2 crianças, estou divorciada, o pai deles está desempregado e pouco pode ajudar… Podem avaliar a eventual falta de paciência para os meus filhos no final de um dia de trabalho, em 2 sítios diferentes, com assuntos diferentes. Acrescentem as 2 horas extra preconizadas, mais as horas extra por baixo do pano, mais as preocupações constantes com a questão “será que no próximo mês ainda tenho emprego?”, etc. A minha família acaba sempre lesada, e a qualidade do tempo que consigo arranjar para eles fica cada vez mais comprometida.
Para mim, é muito lisonjeador ter 2 unidades de saúde a disputarem os meus serviços mas perante a indefinição do meu futuro (empregada/desempregada?), que se perspectiva mais a negro do que a cores, a lisonja, que noutras circunstâncias seriam uma fonte de motivação importante, na atual situação de pouco me serve…
A ideia não é, de todo, fazer-vos chorar… Não é caso nem hora para tal.
Alonguei-me um bocado a escrever e peço desculpa mas para pintar o quadro de forma real, não sabia como fazer melhor. Por mim, se der para reforçar a luta dos contratados e das USF pela manutenção das suas equipas, já fico contente! Se der para garantir a minha continuidade na equipa, então, será ouro sobre azul!
JOSÉ SOUSA | SECRETÁRIO CLÍNICO | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 4 ANOS
USF FÂNZERES
Chamo-me José Sousa, sou Assistente Técnico, tenho 30 anos, casados e tenho um filho.
Sou contratado vai fazer 4 anos, apesar de não ser dos mais antigos, já trabalhei em UCSP, UAG e desde janeiro 2011 que estou a trabalhar na USF Fânzeres no ACeS de Gondomar.
Por onde passei dei sempre o meu melhor, de corpo e alma, trabalhamos numa grande família onde aprendemos uns com os outros.
Este tipo de contratos que se arrastam por anos e anos não proporcionam estabilidade no trabalho e na nossa vida pessoal, criam incertezas e não contribuem para a harmonia e segurança familiar (responsabilidades financeiras da nossa família), futuro é sempre incerto quando estamos nestas circunstâncias.
Isso reflete-se na nossa sociedade, pois grande parte da população trabalha em situações precárias, claro que joga pelo seguro e pensa bem antes de efetivar uma compra ou compromisso, depois queixam-se da economia, quando o consumidor está otimista em relação ao seu futuro e mais seguro de si tende a gastar mais…
Não fugindo ao assunto, concorri ao último concurso para assistente técnico ref: 21762, e estou em posição 160 das 151 vagas, à espera que alguns profissionais inscritos nesse concurso e também no outro concurso 21763 (Braga), optem pelo segundo…
Vou esperando e rezando… Por mim e pela minha família e por melhores dias.
CRISTINA TEIXEIRA | SECRETÁRIA CLÍNICA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 11 ANOS
USF ALTO DA MAIA
Chamo-me Cristina Isabel de Sousa Teixeira, tenho 43 anos, trabalho em Contratos a Termo Certo desde 2001 até ao dia de hoje, com várias interrupções entre os vários contratos.
Neste momento trabalho como Assistente Técnica na Unidade de Saúde Familiar Alto da Maia, estou nesta equipa desde o início, tenho um bom relacionamento interpessoal e de grupo, estamos muito bem organizados.
O despedimento dos contratados nas USF era a desorganização total nos Cuidados de Saúde Primários, pois todos nós fomos escolhidos, daí organizarmo-nos melhor. Fazer alterações nas Equipas por imposições é muito grave.
No término de vários contratos consecutivos, tive interferência por parte dos utentes que fizeram abaixo-assinados para a minha continuação no trabalho.
O meu afastamento da USF teria graves consequências, quer para a equipa, para os utentes como a nível pessoal, pois tenho 3 filhos dependentes, menores e seria dramático, tenho despesas fixas mensais inerentes a um agregado familiar de 5 pessoas. Preciso trabalhar!!!
ANA RAQUEL SILVA | ENFERMEIRA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 7 ANOS
USF AS GÂNDRAS
Chamo-me Ana Raquel Jesus da Silva, sou Enfermeira na USF As Gândras desde o seu início, há quatro anos! Licenciei-me em 2006 e comecei a trabalhar no Centro de Saúde de Cantanhede em novembro do mesmo ano. Nos primeiros três anos de trabalho tive contratos de 6 meses, com interrupções de um mês ou mais, nos quais fiz alguns trabalhos de limpeza. Era sempre um drama voltar para casa sem saber quando e se nos chamavam novamente. Fui transferida para a extensão de Febres, quando se começou a ouvir falar das USF. A equipa começou a organizar um grupo de trabalho e eu fui convidada a integrar esse grupo. Foram meses de muito trabalho e dedicação para apresentarmos a nossa candidatura! Conseguimos a 15 de fevereiro de 2009 iniciar funções como USF As Gândras. Continuei a trabalhar com vínculo a termo certo até ao dia de hoje.
Abriu concurso em 2010, fiquei colocada em 3º lugar na listagem de candidatos admitidos para 13 vagas. Até à data, não tive qualquer informação sobre a validade, anulação deste concurso… nada… não sei o dia de amanhã… eu e outros tantos como eu… Acho que estamos a ficar habituados a esta incerteza mas esta instabilidade é horrível.
Casei em outubro de 2011, estou grávida e muito feliz, mas vivemos tempos de angústia sem saber o dia que se segue! Se ficar sem contrato, terá um grande impacto na minha vida… como terá certamente na vida de todos os colegas. Provavelmente serei obrigada a emigrar, como tantos já o foram! Não somos mais que ninguém mas é impossível não desanimar!
VANESSA FRANCISCO | ENFERMEIRA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 10 ANOS
USF FAFE SENTINELA
Chamo-me Vanessa Francisco, e sou Enfermeira (USF Fafe Sentinela) com contrato a termo certo já lá vão uns longos 10 anos. E digo “longos” não por achar que já tenho muitos anos de trabalho, mas porque têm sido 10 anos de incertezas, de angústias e muitas vezes desânimo. Este longo processo (penoso, por sinal) já interferiu por diversas vezes na minha vida pessoal e familiar. Primeiro pensei em adiar o casamento (ainda bem que não o fiz), seguidamente pensei em adiar o desejo de aumentar a família (um processo natural, penso eu), e mais uma vez arrisquei e engravidei. Todas estas fases me tem trazido grandes preocupações aquando da sua tomada de decisão.
Entristce-me muito pensar que posso ter de abandonar um projeto que me faz feliz, e para o qual me empenhei tanto. Isto irá ter (de certeza) implicações negativas na minha vida pessoal e familiar, mas também na equipa que considero como minha segunda família. Se tal acontecer, possivelmente terei de emigrar e “abandonar” pessoas que me são muito queridas. A equipa que fica também não voltará a ser a mesma, uma vez que já contamos com 5 anos de trabalho conjunto e, como tal, já funcionamos como uma máquina bem oleada nas suas funções.
E mais ainda, numa altura em que ouvimos “diariamente”, através da comunicação social, que o governo vai dispensar um grande número de funcionários públicos, a nossa vida pessoal, familiar e profissional volta a ser ameaçada. Tudo isto nos leva a viver o dia-a-dia com medo e receio.
E será que este desânimo/angústia dos Enfermeiros não vai interferir na qualidade da prestação de cuidados aos utentes?
SÓNIA CARNEIRO, ENFERMEIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 4 ANOS
USF ARCA D’ÁGUA
Olá, sou a Sónia, enfermeira contratada desde Maio de 2009 e venho contar a minha história.
No decorrer destes anos deparei com muitos obstáculos no serviço mas com calma, responsabilidade e muita luta foram ultrapassados da melhor forma. Após tanta luta e desejo de mudança fui convidada para fazer parte de uma USF no meu ACeS a qual acarinho imenso. Muitos dias, muitas noites, fins de semana (horas e horas) necessárias para organizar uma unidade que viesse trazer algo de novo para os nossos utentes e uma maior qualidade de cuidados. Muitas reuniões, muitas deslocações para fora de minha área de residência, muitos documentos para elaborar, mas sempre com muita dedicação e empenho na formação desta unidade. Agora que estou na USF, um gosto enorme em trabalhar como enfermeira de família com um médico excecional e uma equipa organizada com o mesmo objetivo: a saúde do utente. Vejo o meu futuro incerto com risco de vir para desemprego e deixar a unidade. A unidade que teve o meu contributo na sua organização e formação, o empenho que tive até hoje, a responsabilidade de ser elemento de enfermagem do conselho técnico, uma série de coisas…
Neste momento uma grande tristeza me causa saber que poderei ir embora, que poderão nossos contratos ter um fim e não ser mais renovados. E porquê? Porque houve meu contributo para que as coisas mudassem, me dediquei imenso a este trabalho, os utentes gostam de meu trabalho, assim como correrei o risco de deixar de poder pagar minha casa se perder este emprego… Estudei tanto, muito esforço para ser enfermeira… Deixem-me continuar a exercer a profissão que tanto escolhi e de qual tenho tanto orgulho que é SER ENFERMEIRA E GRANDE ENFERMEIRA!!!
PAULA FERNANDES | SECRETÁRIA CLÍNICA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 12 ANOS
USF BRACARA AUGUSTA
O meu nome é Paula Alexandra Sousa Fernandes, presentemente trabalho no ACES CÁVADO I – BRAGA na USF BRACARA AUGUSTA como Assistente Técnica. Fui admitida em regime do Programa Ocupacional em março de 2004, e logo após em regime de contrato termo certo até a data de hoje. Entretanto abriu concurso D.R. aviso 21761/2010 D-R 210 II série de 28-10-2010 tendo a classificação de 14 valores. Neste momento aguardo a conclusão do mesmo, mas acrescento desde já que a minha situação depois destes anos todos não é nada favorável pois as vagas são 129 e a minha posição na lista temporária dos admitidos é na posição 159.
Assim sendo estou numa posição que me deixa deveras preocupada. Espero que a USF-AN consiga ajudar não só a mim como a todos que estão neste momento a trabalhar em USF.
PAULA ROMANO | SECRETÁRIA CLÍNICA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 15 ANOS
USF LIDADOR
Sou contratada há 15 anos e atualmente encontro-me integrada, desde 2 de dezembro de 2007, na USF Lidador (ACES Grande Porto IV – Maia), com a categoria de Assistente Técnica, em contrato de trabalho a termo resolutivo certo.
Posso salientar, que de um modo geral, afeta negativamente a saúde e reduz a estabilidade económica dos Trabalhadores! Sou contratada há 15 anos, já tive que enfrentar e ultrapassar muitos obstáculos e dificuldades, tanto para a minha Equipa, como para a minha Família. Infelizmente, tenho vivido durante estes anos, momentos de muita Ansiedade, Amargura, Desesperança e Tristeza, sempre à espera de um dia MELHOR! POR ISSO, JUNTOS VAMOS LUTAR POR UM FUTURO MAIS FELIZ E EQUILIBRADO.
HELENA ARAÚJO | SECRETÁRIA CLÍNICA | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 10 ANOS
USF RONFE
Sou assistente técnica na USF Ronfe desde o seu início em 2007. Trabalho nos serviços desde setembro de 2002, sempre em situação precária. O convite para integrar a USF Ronfe surgiu em 2006, foi uma luz ao fundo do túnel. O trabalho em equipa tem sido bastante gratificante e temos conseguido bons resultados na satisfação pessoal mas principalmente na melhoria dos serviços aos nossos utentes. Na minha USF, somos 6 assistentes técnicos dos quais 3 são contratados. Escusado será dizer como fica a USF se os nossos contratos terminarem. Somos uma equipa escolhida e não imposta. Os resultados são conhecidos de todos e a satisfação dos nossos utentes também. Concorremos todos a um concurso, que também nos pareceu uma luz no fundo do túnel mas que não mostra conclusões.
A nível pessoal, nem posso sequer pensar no grave problema que seria ficar desempregada. Estamos constantemente num sufoco. Eu e o meu marido nunca pudemos comprar casa, por eu ter tido sempre contrato a termo. Temos um filho com 6 anos e não queremos perder a esperança. Ajudem-nos… Força USF-AN.
MARISA NOGUEIRA, ENFERMEIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 5 ANOS
USF ARCO DO PRADO
Chamo-me Marisa Manuela Melo Nogueira, tenho 28 anos e terminei a minha Licenciatura em Enfermagem em julho de 2006. Após cerca de 6 meses no desemprego consegui começar a exercer num posto de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa a recibos verdes. Entretanto, em maio de 2007, através de concurso, comecei a trabalhar na Unidade de AVC do Hospital de Vila Real, até dezembro do mesmo ano, onde após terminar contrato eu e muitos outros enfermeiros entramos novamente no mundo dos desempregados.
Em abril de 2008, fui contactada pela ARS Norte (novamente através de concurso) para iniciar funções no Centro de Saúde de Barão do Corvo, onde posteriormente fui convidada a integrar a equipa da USF Arco do Prado. Aqui iniciei uma nova etapa da minha vida, pois apesar de nunca mais estar no desemprego, vivo na constante incerteza de saber até quando vou ter emprego e salário ao fim do mês (situação que no meu caso se arrasta há quase 5 anos). Primeiro um contrato de 8 meses, depois uma e outra adenda e por fim um concurso que está para ser esclarecido há mais de 2 anos.
Esta incerteza faz com que eu, e muitos outros jovens enfermeiros como eu, se sintam limitados nas opções e decisões de futuro. Casa, casamento, filhos, são sonhos constantemente adiados para uma data que teima em nunca mais ser definida!!! Por outro lado, investir na minha formação pessoal e profissional fica cada vez mais complicado pois, financeiramente, as coisas não estão fáceis e por vezes a motivação esvanece dadas as adversidades laborais que temos de enfrentar. Da mesma forma, toda a equipa da USF a que pertenço acaba por ser afetada com esta situação dos “contratados”, pois é a estabilidade e coesão de uma equipa que está em causa.
Mas como enfermeira sei que nunca devemos desistir de algo em que acreditamos, e eu acredito que Juntos a Enfermagem vai Vencer!
ANDRÉ DE SOUSA SANTOS | ENFERMEIRO | EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 6 ANOS
USF ARCO DO PRADO
Eu, André de Sousa Santos, natural de Santa Comba Dão, distrito de Viseu, realizei a minha Licenciatura em enfermagem na cidade de Coimbra. Trabalhei no Algarve (ARS Algarve) entre agosto e setembro de 2007. Iniciei o meu percurso na ARS Norte em dezembro de 2007 com um ano de contrato, depois um de mais seis meses, e entretanto mais adendas, e hoje em dia recebo o ordenado ao fim do mês sem saber muito bem o que me vai acontecer.
O meu percurso na ARS Norte iniciou-se no centro Saúde Barão do Corvo, tendo sido convidado entretanto a integrar a equipa da USF Arco do Prado desde dezembro de 2010. Há cinco anos que resido e estou a trabalhar em Vila Nova de Gaia sem saber muito bem o que me reserva o futuro. A minha USF já foi auditada para que a transição para modelo B ocorresse, no entanto aguardamos o parecer da ARS Norte que ninguém sabe muito bem quando é que vai ser emitido. Porém, continuamos a trabalhar para atingir objetivos, sem qualquer incentivo e olhando para unidades “vizinhas” que recebem incentivos há aproximadamente 5 anos.
Dado esta indecisão do futuro e a crescente perda de poder de compra fui obrigado a procurar um segundo emprego, para poder dar resposta às crescentes despesas, como seja renda de casa, alimentação, gasóleo e portagens sempre que vou visitar os meus pais a casa. Desde o início do meu percurso profissional, esta fase está a ser a mais difícil de todas, bem mais até que o próprio início desse mesmo percurso.
Desistir não faz muito parte dos meus planos, até porque para quem sai de casa dos pais aos 17 anos para poder tirar uma licenciatura e alicerçar um futuro promissor, que já trabalhou quase em ambos os extremos deste país, várias foram as alturas em que pensei em desistir, no entanto nunca pensei chegar a esta altura e andar sempre preocupado em como vai ser o meu futuro ou ter que andar a sair de um emprego e ir a correr para outro para que no final do mês o dinheiro chegue para um conjunto de bens essenciais.
FILIPE SAMOUCO, SECRETÁRIO CLÍNICO, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 8 ANOS
USF BALTAR
Chamo-me Filipe Samouco, Secretário Clínico na USF Baltar. Iniciei o meu contrato a 13/06/2005, contrato resolutivo a termo certo no Centro de Saúde de Paredes/Rebordosa, Unidade de Rebordosa. No dia 01/05/2007 integrei a USF Baltar até ao presente. Vai fazer no dia 13 de junho de 2013, 8 anos de Contrato Resolutivo a Termo Certo. O Contrato Resolutivo a Termo Certo não proporciona estabilidade laboral nem estabilidade familiar, pois quando chega ao final estou sempre à espera da renovação ou não renovação do referido contrato e assim, não podendo fazer projetos a longo prazo mas sim viver um dia de cada vez. A não continuidade do contrato contribui quer para a desestabilização familiar (contas fixas da habitação para pagar) quer para a desestabilização laboral da equipa da USF Baltar porque já estou motivado para atingir os objetivos e as exigências da USF, bem como motivado para o trabalho em equipa.
ÂNGELA CARNEIRO, SECRETÁRIA CLÍNICA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 7 ANOS
USF S. JOÃO DO SOBRADO
Trabalho na USF S. João do Sobrado há quase 4 anos. Antes trabalhei no ACeS de Valongo, por isso, estou a contrato vai fazer 7 anos.
Se não renovarem o meu contrato a USF fecha porque somos só 3 elementos de secretariado clínico, e somos 2 contratados. Para a minha família vai ser complicado não trabalhar. Tenho uma filha para criar e contas para pagar.
CLAÚDIA MOREIRA, SECRETÁRIA CLÍNICA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 6 ANOS
USF SALVADOR MACHADO
Estou contratada desde 2007. Estive 3 meses em contrato, depois recebi uma carta a agradecer o meu desempenho e passado 1 semana chamaram-me para ir trabalhar novamente para o Centro de Saúde de Oliveira de Azeméis. Desde então, fui renovando contratos até agora.
Em 2010 concorri ao concurso (Procedimento Concursal – Aviso n.º 21762/2010 – Procedimento concursal comum para recrutamento de trabalhadores com relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, para o preenchimento de 151 postos de trabalho de assistente técnico, no âmbito regional do mapa de pessoal da ARS do Norte, I.P., conforme Aviso n.º 21762/2010, publicado no Diário da República n.º 210, 2ª série, de 28 de Outubro de 2010.) e até à data ainda não soube nada do concurso.
Em 2010 fui convidada para integrar uma USF, na qual ainda estou integrada com muito gosto – USF Salvador Machado.
E é assim a vida ingrata dos contratados.
PEDRO VILAR, ENFERMEIRO ESPECIALISTA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 7 ANOS
USF S. JOÃO DE BRAGA
Enfermeiro com Especialidade em Saúde Mental e Psiquiatria, a execer funções de Enfermeiro Generalista a Contrato de Termo Certo na ARS Norte desde 10/2006, ingressei na equipa da USF S. João de Braga quando ainda não passava de um projeto. Contribui para a sua existência, contribui para dar corpo à reestruturação dos Cuidados de Saúde Primários (CSP). De forma voluntária propus-me a trabalhar mais horas sem existir retorno monetário mas conseguimos… a Reforma dos CSP vai já adiantada…
Sou casado com uma Enfermeira que exerce na mesma ARS também a Contrato de Termo Certo desde 8/2004. Temos um filho com 15 meses, o Duarte.
SOFIA PEIXOTO, ENFERMEIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 6 ANOS E MEIO
Sou enfermeira contratada há 6 anos e meio. Iniciei funções em 2006 no CS Taipas, concelho de Guimarães, onde permaneci até dezembro de 2008, altura em que fui convidada para integrar uma USF. Aceitei a proposta com grande entusiasmo e é nessa mesma USF que mantenho a minha atividade.
Sou casada e mãe de dois filhos, confesso que quando integrei esta equipa e esta nova realidade dos CSP acreditava que a minha vida iria de certa forma se tornar mais estável…
Infelizmente essa minha expectativa tem vindo a desmoronar-se.
Façamos alguma coisa por isto, por nós, pela nossa família e pelos CSP…
CATARINA MIRANDA, ENFERMEIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 7 ANOS
USF NOVA VIA
Sou Enfermeira há 7 anos, iniciei a minha experiência profissional nos cuidados de saúde primários, com um contrato a termo resolutivo certo, com o objetivo de substituir uma colega que se encontrava de atestado por licença de maternidade. Tive a oportunidade de fazer parte da equipa da USF Nova Via, onde sempre tentei ser uma mais-valia e um elemento que estimulasse a restante equipa; dado ser o elemento mais novo da equipa de enfermagem, pensava eu que era “uma golfada de ar novo” no seio de uma equipa que ansiava “sangue novo”, com ideias inovadoras em relação ao marasmo que anteriormente se vivenciava nos CSP, onde a realidade em muitas Unidades Funcionais antes das USF era o Enfermeiro à tarefa…
Muitos foram os esforços, muitas foram as horas extra, que ainda hoje fazemos e não são, nem foram remuneradas, apenas a remuneração que nos sustentou e que nos sustenta é a motivação de trabalhar numa e por uma filosofia diferente nos CSP! Filosofia essa, que até a população, as que dizemos carinhosamente “nossas famílias” reconhecem a evolução da qualidade dos nossos cuidados, sendo que hoje, ao contrário de antigamente, “as nossas famílias” sabem o nome do “seu Enfermeiro de Família” – não é mais um Enfermeiro, é o seu Enfermeiro de referência, muitas vezes considerados elemento de família. E tudo isto é possível? É possível, sim, porque além de muitas outras razões, é porque toda a nossa equipa é a nossa família, sim, porque passamos mais tempo com os colegas de trabalho, do que muitas vezes com o nosso pai, mãe, marido, filhos… Quantas reuniões fora do nosso horário para planos de ação, manual de procedimentos, preparação para auditorias, formações em serviço, para ajudarmo-nos uns aos outros… Tantas horas, tanto investimento que já não me consigo imaginar viver fora desta “casa” (USF Nova Via), que faz já 6 anos de vida. E por muito que na USF. Nova Via só haja 2 Enfermeiros contratados, muito do sucesso que até agora a USF teve também se deve ao nosso trabalho, empenho e esforço, porque todos trabalhamos para o mesmo.
Ao longo deste percurso, já tive oportunidade para trabalhar em meio hospitalar, que na altura não aceitei, dado que o meu anseio era sempre ser um elemento dinamizador dos CSP e agora nem acredito na possibilidade de ser despedida…
Tenho uma vida em conjunto, uma casa para pagar e outros compromissos para honrar, ser mãe? Era uma das minhas aspirações mas até agora nunca concretizei, pois dado a nossa instabilidade: contratos de 3 + 3 meses, contratos de 1 ano, mais adendas, e mais adendas, e mais concursos, sempre com o risco de ficar sem trabalho, não estamos em condições para fazer planos pessoais…
Planos académicos e profissionais? Sim muitos, estou neste momento a frequentar o Mestrado em Supervisão Clínica em Enfermagem, depois de uma pós-graduação feita, e a tão esperada especialidade de Enfermagem de Família, que sempre me fez e faz sentido, para o contexto de trabalho em que me encontro. Neste momento, além de todas as lutas, resta-me pedir a Deus que não se esqueça de mim, nem dos meus colegas contratados que até agora constituíram equipas consideradas de sucesso para a Reforma dos CSP e para a população e que agora, a qualquer momento podemos ser dispensados, como se não fizéssemos mais falta ou significância…
LILIANA AMARO, ENFERMEIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 7 ANOS
USF PRÓ-SAÚDE
O meu nome é Liliana Amaro e exerço funções de enfermagem no Centro de Saúde de Vila Verde desde janeiro de 2006, portanto, há 7 anos e sempre em regime de contrato a termo. Desde dezembro de 2009 que exerço funções na USF Pró-Saúde.
Tal como todos os colegas, nestas circunstâncias, a instabilidade profissional está mais do que evidente. Já tenho uma família constituída com 2 filhos e é impensável ficar sem o meu trabalho, seria o caos na minha vida e na dos meus filhos. Estou a pagar casa e tenho todas as despesas inerentes ao dia a dia, que será insustentável caso fique desempregada.
A minha equipa de trabalho ficará também muito prejudicada uma vez que somos 4 enfermeiras, das quais 2 estão a contrato. A USF Pró-Saúde funciona muito bem e faz sentido com a equipa que está, os elementos foram escolhidos de forma a ter sucesso e isso está evidente na nossa unidade.
Obrigada pela disponibilidade e toda a preocupação com os enfermeiros contratados.
FÁTIMA COIMBRA, SECRETÁRIA CLÍNICA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 6 ANOS
USF ALPHA
No ano de 2005 encontrava-me a trabalhar numa empresa que atravessava uma situação economicamente difícil e tomei conhecimento que o Centro de Saúde de Ovar precisava de pessoal administrativo. Após contacto com a instituição, fiquei a saber que poderia ser integrada como trabalhadora administrativa, mas ficaria a ser funcionária de uma empresa de limpeza, que prestava serviço no Centro de Saúde, auferindo o salário mínimo. Como receava que a empresa onde trabalhava fechasse, o que foi efetivamente a acontecer, e dado que a minha situação pessoal também tinha sido alterada, encontrando-me só, com 2 dependentes, resolvi arriscar e aceitei a proposta, iniciando o trabalho no dia 12/09/2005.
Estive uma semana a “aprender” o serviço na sede em Ovar, mais uma semana na Extensão de Saúde do Furadouro e fui colocada na Extensão de Saúde de Válega, no front-office, tendo substituído as colegas quando ausentes, mesmo a chefe da Extensão quando estava de férias. Só em 2007 é que passei a contratada pela ARS Centro e integrei um concurso interno, tendo ficado colocada por um ano.
Desde aí os contratos têm sido renovados de ano a ano, não sabemos bem como, dado que não tem vindo documento nenhum para assinarmos. Fui convidada pelo atual coordenador da USF ALPHA, para integrar a equipa, do qual muito me orgulho. Desde 29/12/2009 que a USF ALPHA está a trabalhar. Dada a precariedade em que nos encontramos, falo por mim, sinto-me sempre com a “corda ao pescoço”, cheia de medo do que possa acontecer. Adoro o que faço, sei que contribuo muito para um bom serviço ao público e sinto que não sou valorizada pelas pessoas que não nos conhecem, somos apenas um número numa lista. Termino desejando que todo este esforço seja recompensado.
FERNANDO MOREIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 5 ANOS
USF S. BENTO
Entrei inicialmente no ACeS de Vila de Conde, onde fui colocado na Consulta Aberta 2. Durante 2 anos trabalhei de segunda a domingo com horários que iam das 08:00 até as 24:00. De referir que moro no Porto e metade do ordenado era literalmente para pagar combustível e às vezes portagens.
Passado este tempo senti que precisava de melhorar a minha situação profissional – recebi vários convites para ingressar em USF mas tinha dado a minha palavra a um projeto bastante aliciante: a USF A-ver-o-mar, unidade que nunca chegou abrir por questões politicas.
Após este projeto não ter arrancado, fui para a UCSP das Caxinas, estive lá um ano, até ter consigo atingir o meu objetivo principal, ingressar numa USF perto da minha residência, e assim foi, a USF São Bento (Rio Tinto) deu-me a oportunidade que procurei. Mas mesmo assim a novela ainda não tinha terminado, mais uma vez por razões meramente politicas, fui OBRIGADO a ir durante quase um mês para a UCSP de Aldoar de forma à USF Navegantes (Ex-UCSP Caxinas) ser inaugurada. Mantive-me sempre sobre protesto na UCSP Aldoar, como é sabido pela ERA e pelo CD da ARS Norte; de louvar o acompanhamento que o Dr. Alvarenga deu à minha situação. Após esta situação desagradável, eis a boa notícia, tinha que me apresentar à USF São Bento.
Então sendo assim, já me encontro na equipa da USF São Bento há 2 anos, onde juntos passamos por muito para manter o modelo que neste momento (B). Lutas diárias, inclusivé reuniões fora de horas, trabalho fora de horas… pois como todos, às vezes é necessário para manter os objetivos. Esta é a minha história, gratos pela vossa força nesta luta.
LUÍSA REIS MATOS, SECRETÁRIA CLÍNICA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 16 ANOS
USF PRÓ-SAÚDE
Há quase 16 anos que trabalho na mesma entidade e sempre em contrato e sem nenhuma possibilidade em fazer qualquer formação, nem mesmo as próprias férias eu conseguia marcar para quando realmente queria, nunca me foi facilitado nada. Sei que nos dias de hoje sou uma pessoa de sorte por ainda manter o meu trabalho mas estou com receio, muito receio de tanto ter dado a esta “casa” e assim sem mais nem menos mandarem-me para o desemprego. Não é justo! É por isso que estou aqui a falar da minha história para JUNTOS conseguirmos travar esta calamidade de excluir tantos funcionários, só porque eles (Governo) querem…
Entrei para o Centro de Saúde de Vila Verde (atendimento ao público; ambulatório) em 12/11/1997. Trabalhei durante 2 anos no mesmo local e adorava o que fazia, sentia-me bem a fazer o bem àquelas pessoas. Entretanto deslocaram-me para outro serviço (no mesmo local), mais propriamente para o Serviço de Urgência, onde me custou muito adaptar porque era um serviço totalmente diferente daquilo que eu fazia mas fiz sempre o meu melhor. Sujeitei-me, sofri, mas calada para manter meu posto de trabalho porque era “ameaçada verbalmente”, constantemente diziam-me que se eu não quisesse ficar ali tinha bom remédio – a porta da rua!
Depois de tantos anos a trabalhar num sufoco (S. Urgência), finalmente fui convidada para fazer parte de uma USF. Iniciamos a 28/12/2010 com o nome de USF PRÓ-SAÚDE. Temos um grupo de profissionais fantásticos, temos trabalhado tanto para conseguir atingir todos os indicadores e recentemente numa reunião da USF, a nossa Coordenadora que sempre nos ajuda em tudo, deu-nos estas péssimas notícias que poderemos ficar sem trabalho ou até mesmo deixar o lugar para outras pessoas integrarem os nossos lugares??!! Não é justo, trabalhamos muito para ter o sucesso que temos tido para agora outros tomarem o nosso lugar, sinceramente…
AJUDEM-NOS POR FAVOR! TODOS JUNTOS IREMOS CONSEGUIR!
MARIA JOSÉ MACHADO, SECRETÁRIA CLÍNICA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 15 ANOS
USF BRACARA AUGUSTA
O meu nome é Maria José Machado, presentemente trabalho no ACeS Cávado I (Braga) na USF Bracara Augusta como assistente técnica. Fui admitida em regime de contrato a termo certo em 19.03.1998; este contrato foi sendo renovado por decretos-lei, no entanto, nos períodos de 22.07.2003 a 31.12.2004 e de 01.01.2005 a 31.12.2004, como não houve renovação, trabalhei no mesmo centro de saúde mas em regime de programa ocupacional. Foi-me entretanto efetuado novo contrato até à presente data.
Entretanto abriu concurso D.R. aviso 21761/2010 D-R. 210 II serie de 28.10.10, tendo a classificação de 17 valores. Neste momento estou à espera da sua conclusão, posso no entanto acrescentar que existem 122 vagas, estando eu em 53º lugar. Como tal estou sujeita a não ficar no meu local de trabalho pois para o ACeS de Braga são só 22 vagas. Na minha USF existem mais 3 colegas em situação igual à minha. Espero que esta vossa iniciativa ajude a regularizar esta minha situação de muitos colegas meus.
GRACINDA FERREIRA, ENFERMEIRA, EM CONTRATO PRECÁRIO HÁ 9 ANOS
USF PRÓ-SAÚDE
Faço parte de uma equipa de 4 enfermeiras numa USF em modelo B. Nesta equipa somos 2 enfermeiras em CTC que agora estamos em vias de poder perder o nosso emprego ou de deixarmos de fazer parte desta equipa para a qual trabalhamos muito desde o 1º momento. Estamos organizados e a trabalhar como uma verdadeira EQUIPA. Se sairem 2 ou mais elementos, porque também temos 3 secretárias clínicas em contrato precário, será o FIM da USF Pró-Saúde, será o fim da coesão que existe. Os elementos da USF não querem acreditar nesta possibilidade.
Tenho 42 anos, sou casada e com duas filhas. Todos temos que conciliar vida profissional com a familiar e já tive que transferir as minhas filhas de uma escola para outra devido ao trabalho, espero não ter que voltar a fazê-lo.