Que atravessámos uma crise, quase todas as pessoas o sentiram! Que ela tarda, na prática, a deixar-nos, também todos concordam! Que vivemos constantemente bem acima das nossas possibilidades, muitos o apregoam, mas a maioria só ciclicamente acredita! Que o momento recente foi (é?) difícil, que exigiu sacrifícios, corte nas despesas, “aperto do cinto”, disso também parece que já ninguém duvidou!
Ora, partindo do facto destas premissas estarem todas certas, passámos largos anos a conviver com: austeridade… austeridade…. mais austeridade! Também por isso, houve a hora do acordar, do despertar de todas as consciências com bom senso, de arregaçar as mangas e de… agir, criar uma nova mentalidade, uma nova postura! Ao longo dos últimos anos fomos conscientes, responsáveis e, sobretudo, realistas e pragmáticos, conhecemos e atacámos as nossas debilidades, bem como maximizámos as nossas potencialidades.
Os recursos disponíveis foram aproveitados ao máximo. Fazer mais com menos e darmos muito mais de nós próprios. Mas muito mais… E o esforço foi coletivo, direi em muitos casos, patriótico!
Devido a esse esforço, apesar de muitos não o admitirem e o atacarem constantemente, temos um dos melhores Serviços Nacionais de Saúde (SNS) do mundo. Todavia, o dito esforço não pode continuar a ser unidirecional. Os profissionais de saúde, recurso inestimável, estão cansados, desgastados, desmotivados, desiludidos…
O SNS está em dificuldades! O financiamento em Serviços Públicos, a Saúde infelizmente um dos mais afetados, tem sido sacrificado ao longo dos anos em prol do cumprimento de metas de défice. Pela Saúde dos Portugueses e pela sustentabilidade do SNS, urgem medidas legislativas! Mas, para que tal aconteça, urge mudar, sem tibiezas, velhos hábitos, posturas erradas e comportamentos desfasados da realidade atual por parte do poder político. Mudar o paradigma, passar dos chavões verbalizados por tantos e tantas vezes repetidos: “Os Cuidados de Saúde Primários (CSP) são a base/pilar do SNS” ou “os CSP são a porta de entrada do SNS”, para uma aposta clara, prática e pragmática nos Cuidados Saúde Primários! Ou seja, será necessário criar um Homem totalmente Novo. Se tal não acontecer, estaremos irremediavelmente condenados… e o Serviço Nacional de Saúde e os Cuidados Saúde Primários também. E como nós precisamos de um SNS de excelência, e de uns CSP de qualidade!
Assine a Petição a favor da defesa das USF – pela saúde dos portugueses. Fim de quotas para USF! Apoie a campanha Crowdfunding Em DEFESA do Serviço Público de Qualidade…em DEFESA do Serviço Nacional de Saúde!
Diogo Urjais
Enfermeiro de Família