O anterior Ministro da Saúde solicitou, em 25 de maio de 2015, à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), um estudo comparativo das Unidades de Saúde Familiar (USF) e das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), em cinco áreas: acesso, produção, prevenção, internamentos evitáveis e eficiência, tendo concluído um melhor desempenho das USF modelo B na maioria dos indicadores considerados, possivelmente consequência de uma maior maturação das equipas multiprofissionais alcançada por uma experiência de gestão autónoma participativa, motivada por um sistema retributivo que premeia o esforço e a qualidade que as equipa impõem diariamente, inexistente nas USF modelo A e nas UCSP.
Resumo das conclusões:
- ACESSO: maior taxa de cobertura nas USF modelo B do que nas USF modelo A e nas UCSP. No que se refere ao cumprimento dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos, constatou-se que as UCSP foram visadas em maior número de reclamações, destacando-se como principais constrangimentos a demora na marcação de consulta programada para adulto a pedido do utente e a não marcação de consulta por doença aguda no tempo devido.
- PRODUÇÃO: taxas de utilização sempre superiores nas USF modelo B (consultas médicas e de enfermagem, de grupos vulneráveis e de risco, consultas domiciliárias).
- PREVENÇÃO: melhor desempenho na avaliação dos indicadores de vigilância oncológica, de rastreio, de vacinação e de prevalência de doença nas USF modelo B, seguidas pelas USF modelo A.
- INTERNAMENTOS EVITÁVEIS: menor taxa de internamentos hospitalares evitáveis (ex.: Pneumonia e Infeções Urinárias) por resposta adequada nas USF.
- EFICIÊNCIA ECONÓMICA: constatou-se que as USF modelo B exibiram um melhor desempenho (despesa mais baixa), seguidas pelas USF modelo A.
A despesa média com medicamentos nas USF de modelo B foi de 135 euros para 177 euros nas UCSP e a despesa média com meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT) prescritos, por utente utilizador, foi de 46,95 euros nas USF de modelo B e de 51,75 euros nas UCSP.
Em suma, mais uma entidade independente demonstrou que as USF (nomeadamente as de modelo B) fazem mais, melhor e a melhor preço e que os cidadãos também o reconhecem!
É mandatório que o atual governo tenha em conta os aspetos aqui relevados criando condições para se evoluir para a cobertura nacional em USF de modelo B!
Pel´a Direção da USF-AN
João Rodrigues
Presidente da Direção