Observatório denuncia restrição de acesso aos serviços de saúde

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O Observatório Português dos Sistemas de Saúde denuncia no seu Relatório de Primavera 2012, restrições no acesso aos serviços de saúde, consequências da crise e da austeridade atual. O OPSS sublinha ainda a preocupação com a contenção de gastos no setor da saúde “particularmente sensível à degradação das condições económicas e sociais de um povo”.

Bernardo Vilas Boas, Presidente da USF-AN, afirma que estão em causa o acesso, a continuidade e a qualidade dos cuidados. “Cada nova notícia revela factos que objetivamente fragilizam o SNS e levarão à sua destruição, caso não sejam travadas”, comenta o dirigente, “a inativação artificial de utentes das listas dos médicos de família e a respetiva sobrecarga com centenas de utentes, na ARS LVT, a publicação do concurso para a contratação de médicos sem especialidade e ao mais baixo custo, o encerramento de três serviços de ambulância do INEM numa região interior, o fim do alargamento de horário nas USF da região Norte, quando era expectável a sua disseminação, a desaceleração e atrasos na Reforma dos CSP, no início de actividade e na evolução de USF e na contratualização, constituem peças dispersas de um puzzle, que juntas, revelam desinvestimento nas USF e nos Cuidados de Saúde Primários e graves riscos de degradação do suporte fundamental da sociedade portuguesa, que é o SNS”.

Em Crise & Saúde, um país em sofrimento, nome do documento publicado, o OPSS afirma que as restrições financeiras “acabam por ter um impacto negativo na saúde dos cidadãos”, e que “há doentes não isentos que, por carência económica, abandonam os tratamentos aos primeiros sinais de melhoria”. O Presidente da USF-AN corrobora – “as taxas moderadoras estão a afetar as consultas, em situações agudas e no cumprimento de programas de vigilância de saúde, por parte de significativas camadas da população que se encontram nos limiares da pobreza”.

O Relatório Primavera 2012 está disponível para consulta no site do OPSS.