Orçamento de Estado para 2019 falha novamente! Apenas 20 novas USF?

COMUNICADO – 22 outubro

Fomos surpreendidos com a notícia de que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, informou que o Governo está a fazer um “esforço tremendo” de recuperação na área da saúde.

Para o atual Governo, este investimento ao nível dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), que são os cuidados de proximidade e a base do SNS, resume-se a uma meta de apenas mais vinte (20) novas USF.

Desde 2015 que o orçamento da saúde tem aumentado. Continua a aumentar, todavia, quem defende um SNS mais qualificado e bem gerido, sabe que não chega despejar dinheiro em cima de um problema para ele desaparecer. Não desaparece enquanto continuarmos com o partidarismo nas nomeações dos gestores dos hospitais, diretores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) e sem uma verdadeira reforma do hospital, começando por rever o seu financiamento e maior responsabilização e autonomia dos hospitais e ACeS com orçamentos realistas, demitindo-se os incumpridores.

Na área dos CSP, especificamente, urge a necessidade de um novo reinvestimento qualificativo e quantitativo, particularmente nos cuidados que se prestam nos Centros de Saúde e na comunidade. O foco na literacia em saúde e prevenção da doença é o salto qualitativo que esta nação merece, para confiantemente fazer jus ao seu nível de desenvolvimento político e social.

Infelizmente, continuamos com falhas graves na qualificação e recrutamento dos recursos humanos, área fulcral para a excelência do atendimento. Área fulcral para assegurar a prestação de cuidados de saúde com eficiência, qualidade e proximidade, apenas possível nos CSP.

Eficiência, qualidade e proximidade são valores que definem a excelência de prestação de cuidados e que caraterizam as Unidades de Saúde Familiar (USF). Com profissionais motivados e resultados comprovados, as USF mostram diariamente ao país que proporcionam maior acessibilidade à saúde.

Se assim é, porque apenas 20 USF para 2019? Vamos repetir o ciclo de desinvestimento nos CSP, na prevenção da doença e na saúde dos portugueses?

A Saúde Familiar, praticada com a diferenciação técnico-científica que hoje conhecemos, organizada de forma integrada em contexto multiprofissional e responsável pelos resultados que nos orgulham, conforme nos comprovam as USF, são o ponto de partida decisivo e a marca de qualidade inerente.

Sejamos capazes de reconhecer os ganhos em saúde que as USF nos dão!

A Direção