Recém especialistas de Medicina Geral e Familiar não preenchem vagas porque falta apostar na abertura de novas USF

Tornou-se público que 22% das vagas abertas para a integração de novos especialistas de Medicina Geral e Familiar (MGF) não ficaram preenchidas. As Administrações Regionais de Saúde (ARS) mais afetadas com esta ausência de interessados em integrar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram Lisboa e Vale do Tejo (LVT), a que tem mais utentes a descoberto, e o Alentejo. No total ficaram 73 vagas por preencher nestas ARS.

Desde longa data que a USF-AN tem alertado o Ministério da Saúde sobre a importância de abertura de novas USF e evolução das já existentes. Como confirmamos pelo Despacho n.º 1194-A/2018, que define o número de USF a criar e as que evoluem de modelo organizativo durante o ano de 2018, estes Ministérios da Saúde e Finanças não querem dar a todos os portugueses uma equipa de saúde familiar de qualidade, o que igualmente diminui o número de profissionais com vontade de se fixarem no SNS.

Recordamos que existiram apenas 30 vagas para novas USF, quando tínhamos já 33 candidaturas na data de publicação do referido despacho, e que, limitou-se a possibilidade de progressão para modelo B a 20 USF, apesar de haver 67 candidaturas, 27 das quais homologadas pelas respetivas ARS.

Nas USF, para além de se prestarem cuidados de saúde personalizados a uma população determinada, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos cuidados prestados, confirmam-se consideráveis ganhos em saúde e reduções de custos na prestação de cuidados de saúde, conforme nos mostra o recente estudo da Coordenação Nacional para a Reforma do SNS, área dos CSP (poupança de 54M€ se as UCSP se comportassem como as USF e redução nas idas às urgências), além da elevada satisfação dos profissionais de saúde e dos utentes.

Estamos confiantes que estas características das USF cativam e desafiam os novos especialistas de MGF a integrar o SNS!

Acreditamos que a ausência de vagas para abertura de novas USF se reflete no retrocesso da Reforma dos CSP, afetando também a fixação de especialistas de Medicina Geral e Familiar no país.

A Direção