O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde afirmou esta quinta-feira que o Governo “não quer abdicar” do Serviço Nacional de Saúde, mas frisou ser necessário “sustentabilidade” e apontou as Unidades de Saúde Familiar como “modelo a seguir”, avança a agência Lusa.
Por ocasião do quarto Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF), em Guimarães, Fernando Leal da Costa deixou a garantia de continuidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas apontou uma condição: “Nós não queremos abdicar do nosso SNS, mas temos que criar condições para que seja sustentável”.
Sobre a rede de cuidados de saúde, o governante referiu que “este Governo pretende centrar a prestação de cuidados de saúde nos cuidados primários”, embora tenha admitido que “este é um caminho difícil”.
Além da rede de cuidados primários, o governante apontou as USF como “o modelo a seguir”, reconhecendo o “sucesso” destes agregados.
“São um bom laboratório de aprendizagem que se caracteriza por uma capacidade de realizar auditorias internas e serem capazes de se avalia a elas próprias”, explanou.
Salientando o “carácter multidisciplinar” das USF e a importância de “todos os profissionais de saúde”, o adjunto do ministro Paulo Macedo adiantou que “está a ser desenvolvido um modelo de contratualização e criados mecanismos para agilizar a colocação de médicos nas unidades de cuidado de saúde primários e USF”.
Estas afirmações de Leal da Costa foram proferidas depois de o presidente da Comissão Cientifica do encontro ter apontado a “precariedade” dos postos de trabalhos de alguns profissionais de saúde.
Henrique Botelho deixou ainda críticas ao Governo ao afirmar que “a administração está longe de ser um exemplo de cumprimento dos compromissos assumidos”.
Sobre o SNS, Botelho afirmou que a sua sustentabilidade “passa pelas USF, ao conjugarem proximidade com qualidade”
Aliás, disse, “até a ‘troika’ recomendou seguir este modelo, como forma de reduzir custos e melhorar a prestação de cuidados”.
O quarto Encontro Nacional de USF reuniu, este ano, mais de 1.000 profissionais de saúde.