USF, Sim! Mas não um modelo empobrecido.

MANTER E DESENVOLVER O MODELO E A MARCA DE QUALIDADE DAS USF, SIM!

MAS NÃO UM MODELO EMPOBRECIDO, COM OS OBSTÁCULOS E AS AMEAÇAS DOS ÚLTIMOS ANOS.

Como demonstram os factos e os dados do Estudo “Momento Atual da Reforma dos CSP em Portugal – 2014/2015”

Censitário – 73,9% de taxa de respostas – 309 coordenadores das 418 USF


1. Insatisfação com a informática na USF e quebras no acesso ou mau funcionamento dos sistemas de informação utilizados nas USF

a. Em particular no que se refere a aspetos como o grau de integração, velocidade, correto funcionamento, adequação à prática clínica e falhas no acesso:

62% das USF ficaram sem acesso mais de dez vezes e 27% da totalidade de USF mais de 50 vezes

67% consideram o equipamento inadequado

b. Insatisfeitos e Muito Insatisfeitos com o programa que dá acesso a informação hospitalar (PDS) – 44%

com  o programa de referenciação a cuidados de outras especialidades (Alert P1) – 35,8 %

com o programa de prescrição de medicamentos (PEM) – 53,5%, com a sua velocidade – 79,3% e com a sua integração – 59,9%

56,7% com o programa de monitorização do desempenho (MIMUF)


2. A grande maioria das USF teve falta de material considerado básico para a sua atividade

a. 91% das USF referem ter tido falta de material considerado básico durante 2014, e em 30% destas tal aconteceu mais de dez vezes).


3. Percentagem alarmante de profissionais não providos em lugar do quadro e de profissionais sem mobilidade consolidada em todos os grupos profissionais

a. 16 % (7,9+8,1) de médicos de família
b. 19,8 % (12,4+7,4) de enfermeiros
c. 32,8 % (23,4+9,4) de secretários clínicos


4. Elevado número de USF com incentivos institucionais (II) em dívida e limitação da grande maioria das USF na utilização dos incentivos para aquisição de material e equipamento.
a. 70 % com II em dívida, apesar de propostas de investimento de 40% em computadores, 33% em impressoras e 36% em centrais telefónicas.


5. Perceção de falta de apoio e resposta rápida por parte da ARS aos problemas que dependem da sua intervenção

a. 38% de instalações inadequadas

b. 79% de insatisfação com centrais telefónicas


6. Insatisfação com o processo pouco transparente da contratualização, pelo contínuo incumprimento de prazos e pelo esforço desmedido a que algumas metas e alguns indicadores contratualizados obrigam, sem benefício comprovado para a saúde e para o utente e com impacto negativo para a motivação, produtividade das equipas e qualidade dos cuidados.


7. Aumento da insatisfação com a reforma dos CSP como processo global

a. 63,5% insatisfeitos ou muitos insatisfeitos, apesar de a grande maioria das USF estar contente com a atividade da sua própria USF (globalmente, 75% satisfeitos ou muito satisfeitos).


8. Insatisfação com a ACSS, SPMS e ARS

a. Muito reduzida percentagem de coordenadores satisfeitos ou muito satisfeitos em relação à ACSS (3,6%), aos SPMS (3,7%), às ARS (13,4%) e Departamentos de Contratualização Regional (17,8%).


9. Insatisfação (79,6%) com a atuação do Ministério da Saúde

a. Em 2014 apenas 25 USF modelo A e 12 USF modelo B iniciaram atividade – ou seja, o próprio despacho do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças, foi apenas cumprido a 50%.

b. 88% USF Modelo A pretendem passar a Modelo B mas esta evolução tem sido travada.


A Reforma dos Cuidados de Saúde Primários tem vindo a mudar o panorama na Saúde como nenhuma outra reforma anterior na Saúde conseguiu desde a criação do Serviço Nacional de Saúde. Agora, é preciso remover as ameaças, continuar, promover, desenvolver a marca USF para uma melhor saúde em Portugal.

Os cinco principais problemas que carecem de resolução nas USF e nos CSP portugueses apontados pelos respondentes foram, de forma decrescente: os sistemas de informação – que, à semelhança do ano passado, são considerados pelos coordenadores como o problema mais importante – os equipamentos informáticos; os incentivos institucionais; outros equipamentos (não informáticos); e em quinto a contratualização.

À pergunta quais são as “principais áreas que alteraria para melhorar o funcionamento da sua USF” foram apontados, de forma decrescente: a gestão e governação (com um total de 263 referências),com particular ênfase nas instalações da USF (105 referências); os recursos humanos (141 referências), particularmente a formação (45 referências); os sistemas de informação (105 referências).

A realidade demonstra o valor das USF, a satisfação de profissionais e utilizadores com a marca USF.

Manter e desenvolver o modelo e a marca de qualidade das USF, exige remover os obstáculos e as ameaças atuais e adotar as 7 Medidas* propostas pela USF-AN, que garantam um novo ciclo dos cuidados de saúde primários, mais e melhor saúde para os portugueses!

 

31 de agosto de 2015

A Direção da USF-AN


*7 X 7Medidas – Novo Ciclo para os Cuidados de Saúde Primários 2015-2018, USF-AN (2015), ISBN 978-989-20-5923-5