USF – Virtudes e Defeitos. Que caminho?

Durante o encontro da APEGSaúde (Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde), “USF – Virtudes e Defeitos. Que caminho?”, o Presidente da USF-AN, João Rodrigues, foi o preletor convidado e sublinhou a importância de um sentido estratégico da política de recrutamento de recursos humanos e gestão previsional efetiva. A aposta na profissionalização da carreira de secretário clínico e a concretização no terreno, do enfermeiro de família  são algumas das principais prioridades para o Novo Ciclo da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, que se iniciou com o lançamento do livro “7×7 Medidas”.

Fotografia Just News

O Presidente da USF-AN refletiu sobre os últimos dez anos da reforma dos CSP, evidenciando as virtudes da marca USF, nomeadamente como organizações positivas, resultando no sucesso de profissionais, utentes e comunidade, demonstrado por resultados irrefutáveis.

A marca USF pode ser resumida nestes cinco pontos:

  • Facilidade de Acesso
  • Maior eficiência na prevenção oncológica e na vigilância de doenças crónicas
  • Maior eficiência em Saúde Infantil, Saúde Materna e na visitação domiciliária médica e de enfermagem
  • Maior qualificação na prescrição racional
  • Aumento da satisfação de utentes e profissionais

Em suma, as USF fazem Mais, Melhor e a Melhor Preço. E os cidadãos reconhecem!

No entanto, a reforma está ameaçada, como mostram os resultados do estudo “Momento Atual da Reforma dos CSP em Portugal – 2014/2015”, principalmente pela ausência de uma verdadeira política  de gestão e valorização dos recursos humanos, sem uma carreira para secretários clínicos e enfermeiros de família. Do mesmo modo, existe uma enorme percentagem de profissionais que não estão em lugar de quadro e as mobilidades congeladas em todos os grupos profissionais. A instabilidade temporal das equipas traz desmotivação, desconsolidação dos cuidados e riscos para os utentes.

É necessário investir também nas outras profissões da saúde (nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, médicos dentistas,etc.) e no trabalho em rede, com uma verdadeira governação clínica.

Existem ainda outras ameaças iminentes como as restrições ao número de USF a constituir e à evolução para o modelo B, perpetuando a iniquidade entre UCSP e USF; sistemas de informação sem arquitetura integrada; processos de contratualização e monitorização rígidos, pouco cooperantes e centralistas; ACeS com dimensões demasiado grandes que prejudicam a proximidade ao terreno; e a ausência de uma estrutura nacional de governação e pilotagem dos CSP.

Fotografia Just News

Contudo, podemos desenhar novos caminhos e a USF-AN compromete-se com 7 Prioridades Estratégicas para um Novo Ciclo, sendo que a primeira, foi já parcialmente posta em prática pelo Ministério da Saúde, ao nomear um Coordenador Nacional para a Reforma do SNS na área dos CSP (Henrique Botelho) e uma equipa que garante criar condições se iniciar um novo ciclo, centrado:

– No desenvolvimento estratégico de uma política de recrutamento de RH e gestão previsional efetiva

– No desenvolvimento de uma nova cultura de acompanhamento e apoio das USF e dos ACeS

– No apoio aos profissionais das UCSP para aumentar o número de USF

– Na criação de uma nova arquitetura integrada dos sistemas de informação

– No redimensionamento dos ACeS

– No desenvolvimento da Governação Clínica e de Saúde

 

A USF-AN acredita nas pessoas e na responsabilidade partilhada entre governantes, profissionais e cidadãos. E para isso assume 7 Compromissos para um Novo Ciclo:

1.Mais Transparência e Prestação de Contas

2. Mais Acessibilidades (CSP)

3. Valorização dos Recursos Humanos

4. Desenvolvimento de cultura de Governação Clínica

5. Fomentar as organizações inteligentes e aprendentes (Ex. USF)

6. Aumentar a satisfação de Utentes e Profissionais

7. Fomentar os Processos Assistenciais Integrados e trabalho em rede

Poderá consultar e descarregar a apresentação do Presidente João Rodrigues – clique aqui